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Peixinho-da-horta: benefícios, cultivo e receitas dessa PANC nutritiva

Introdução

Nos últimos anos, cresce no Brasil o interesse por alimentos que unem nutrição, sustentabilidade e resgate cultural.

Entre eles está o Peixinho-da-horta (Stachys byzantina), uma das Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) mais conhecidas e consumidas atualmente.

Chamado popularmente de “peixinho” por causa do formato e da textura de suas folhas, que lembram o sabor e a crocância do peixe quando fritas, essa planta vem ganhando espaço tanto em hortas urbanas quanto na mesa dos brasileiros.

Mais do que uma curiosidade gastronômica, o peixinho representa um alimento de alto valor nutricional, fácil cultivo e acessível, com potencial para contribuir na segurança alimentar, especialmente em tempos de encarecimento dos alimentos industrializados.

Neste artigo, você vai descobrir:

  • O que é o peixinho-da-horta e por que é considerado uma PANC.
  • Seus principais nutrientes e benefícios para a saúde.
  • Como cultivar essa planta em casa com poucos recursos.
  • Receitas deliciosas e práticas com suas folhas.
  • O papel das PANCs no futuro da alimentação sustentável.

O que é o Peixinho-da-horta?

O Peixinho-da-horta (Stachys byzantina) é uma planta herbácea perene, originária da região do Mediterrâneo e da Ásia Menor, introduzida no Brasil como espécie ornamental e posteriormente reconhecida como planta alimentícia não convencional (PANC).

Entretanto sua principal característica são as folhas aveludadas, prateadas e macias, que chamam atenção não apenas pela beleza, mas também pelo potencial culinário.

O nome “peixinho” surgiu porque, quando empanadas e fritas, suas folhas apresentam textura e sabor semelhantes ao de peixe empanado. Essa curiosidade gastronômica tornou a planta popular em feiras agroecológicas e na gastronomia natural.

Além da versatilidade na cozinha, o peixinho também é valorizado pelo baixo custo de cultivo, já que se adapta facilmente a diferentes tipos de solo, necessita de pouca manutenção e pode ser cultivado até em vasos, hortas caseiras ou comunitárias.

O cultivo do peixinho-da-horta é um dos pontos que mais despertam interesse, porque ele une praticidade, resistência e alta produtividade mesmo em espaços pequenos.

Essa planta consegue se adaptar a diferentes tipos de solo e clima, o que a torna perfeita para hortas urbanas e domésticas.

No entanto muitos iniciantes em jardinagem relatam sucesso logo nas primeiras semanas de plantio, já que não exige técnicas complexas nem cuidados diários intensos.

Basta fornecer um solo bem drenado, um pouco de matéria orgânica e regas regulares para que a planta se mantenha vigorosa e com folhas de qualidade.

O plantio pode ser feito tanto por mudas adquiridas em viveiros quanto pela divisão de touceiras já existentes.

Quem tem acesso a apenas uma muda consegue multiplicar rapidamente, porque o peixinho emite novos brotos com facilidade.

Essa característica é valiosa para hortas comunitárias, onde uma planta inicial pode abastecer várias famílias em pouco tempo.

O ciclo de desenvolvimento é rápido: em dois a três meses já é possível colher folhas jovens para consumo, e a planta continua se renovando ao longo do ano.

Manejo eficaz do peixinho-da-horta

No manejo diário, alguns pontos merecem atenção.

É importante evitar o excesso de água, porque embora o peixinho goste de umidade, a estagnação pode provocar apodrecimento das raízes.

Também se recomenda colher as folhas mais velhas com frequência, porque isso estimula o surgimento de brotos novos.

A adubação orgânica, feita com húmus de minhoca ou composto caseiro, ajuda a manter o solo fértil e rico em nutrientes.

Quando bem cuidado, o peixinho pode permanecer produtivo por anos no mesmo local.

Sustentabilidade e cultivo do peixinho da horta vai além da produção

A sustentabilidade do cultivo de PANCs como o peixinho vai além da produção em pequena escala.

Do ponto de vista ambiental, essas plantas são consideradas resilientes porque exigem menos insumos químicos, toleram variações climáticas e podem ser cultivadas em consórcio com outras espécies

. Isso significa que em uma mesma horta é possível combinar o peixinho com temperos, hortaliças tradicionais e flores, criando um ambiente mais equilibrado e resistente a pragas. A diversidade no cultivo reduz a necessidade de pesticidas e melhora a saúde do solo.

Outra vantagem é a contribuição direta para a segurança alimentar. Em contextos de alta nos preços dos alimentos, as PANCs se tornam alternativas acessíveis e nutritivas.

O peixinho, por exemplo, pode substituir ou complementar fontes de proteína animal em refeições, oferecendo textura e sabor atrativos para toda a família.

Essa função é especialmente relevante em escolas e projetos sociais, onde a inclusão de PANCs ajuda a enriquecer o cardápio de crianças e adolescentes sem elevar os custos.

Pesquisadores da EMBRAPA e de universidades brasileiras destacam ainda o papel do peixinho como instrumento de educação alimentar.

Ao ensinar crianças e adultos a cultivar e preparar a planta, promove-se o resgate de conhecimentos tradicionais e a valorização da biodiversidade local.

Essa educação prática cria vínculo entre a população e a natureza, estimulando hábitos mais saudáveis e sustentáveis.

Na prática, o cultivo do peixinho também reforça o conceito de agricultura urbana, cada vez mais presente em cidades brasileiras. Vasos em varandas, pequenos canteiros e hortas coletivas são suficientes para garantir uma produção constante.

Essa proximidade com o alimento aumenta a consciência sobre qualidade, frescor e redução do desperdício. Quando a colheita é feita na hora do consumo, há preservação máxima de nutrientes e menos descarte.

Em termos de impacto social, o peixinho pode gerar oportunidades de renda para pequenos produtores e agricultores familiares. Sua aceitação crescente em restaurantes vegetarianos e feiras agroecológicas abre espaço para um mercado promissor. Isso significa que além de alimentar famílias, a planta pode ser fonte de empreendedorismo, fortalecendo a economia local e incentivando práticas de produção sustentável.


Peixinho-da-horta, qual nome correto?

Além de “peixinho”, você pode encontrar os nomes peixinho-da-horta, orelha-de-lebre e lamb’s ear. Para identificar corretamente, observe folhas ovais, muito felpudas, de cor verde-acinzentada e crescimento em roseta rente ao solo. Evite confundir com ornamentais de aspecto parecido que não são comestíveis. Na dúvida, confirme com produtores agroecológicos ou consulte materiais técnicos de identificação botânica.


Por que o Peixinho da horta é considerada PANC?

PANC é toda planta comestível que não integra o cardápio convencional ou não circula em grande escala no comércio. O peixinho se enquadra exatamente por ser nutritivo, adaptável e pouco conhecido, ampliando a biodiversidade alimentar e reduzindo a dependência de ultraprocessados quando incorporado ao dia a dia

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🌱 “Valor nutricional e benefícios do Peixinho-da-horta”

O valor nutricional do Peixinho-da-horta (Stachys byzantina) ainda é pouco conhecido pelo grande público, mas estudos apontam que suas folhas possuem uma densidade nutricional significativa, comparável a outras folhas verdes convencionais.

Perfil nutricional detalhado

As folhas são compostas em grande parte por água (cerca de 80 a 85%), o que as torna leves e de baixo teor calórico, ideais para dietas de emagrecimento e de controle glicêmico. Além disso, fornecem:

  • Proteínas vegetais em pequenas quantidades, mas suficientes para complementar refeições com leguminosas.
  • Carboidratos complexos de lenta absorção, que ajudam a manter níveis estáveis de glicose.
  • Fibras insolúveis e solúveis, que equilibram o trânsito intestinal e oferecem efeito prebiótico.
  • Minerais como ferro, cálcio, magnésio e zinco, fundamentais para oxigenação do sangue, fortalecimento ósseo e regulação de hormônios.
  • Vitaminas C, A e do complexo B, ligadas à imunidade, à visão e ao metabolismo energético.

Comparação com outras PANCs

Quando comparado à ora-pro-nóbis, o peixinho apresenta menor teor proteico, mas se destaca pela textura e sabor únicos, que facilitam sua aceitação em diferentes preparos. Em relação à taioba, o peixinho é mais rico em fibras, sendo excelente para quem busca saciedade. Já contra a urtiga, tem a vantagem de ser consumido cru ou minimamente processado, com menos restrições de preparo.

Benefícios detalhados

  1. Digestão saudável e controle do colesterol
    As fibras presentes no peixinho reduzem a absorção de gorduras e açúcares no intestino, contribuindo para a prevenção da síndrome metabólica.
  2. Fortalecimento imunológico
    A vitamina C, associada a compostos antioxidantes, ajuda na proteção contra gripes e resfriados. Essa ação pode ser potencializada quando o consumo do peixinho é associado a frutas cítricas.
  3. Saúde cardiovascular
    O potássio presente nas folhas auxilia na regulação da pressão arterial, reduzindo riscos de hipertensão. Em dietas balanceadas, o consumo regular do peixinho pode atuar de forma complementar a medicamentos anti-hipertensivos.
  4. Controle de inflamações crônicas
    Compostos fenólicos e flavonoides do peixinho possuem efeito anti-inflamatório, útil na prevenção de doenças como artrite e até complicações cardiovasculares.
  5. Auxílio na prevenção da anemia
    O ferro presente, ainda que em pequenas quantidades, tem sua absorção potencializada pela vitamina C das próprias folhas, favorecendo pacientes em risco de anemia ferropriva.

Aplicações práticas

Para que os benefícios sejam aproveitados, o peixinho deve ser consumido de forma variada e recorrente. Não basta comer apenas em forma de empanado: refogados, assados e saladas mornas preservam melhor seus nutrientes.

Além disso, sua combinação com grãos (feijão, lentilha, grão-de-bico) e sementes (abóbora, linhaça, gergelim) aumenta a biodisponibilidade de proteínas e minerais.


Breve histórico e usos culturais

Embora tenha chegado ao Brasil como ornamental, a planta ganhou função culinária em quintais e feiras. O preparo clássico é o empanado crocante, mas hoje já aparece assada, refogada, em tortas e omeletes, mostrando que vai além da receita famosa.


Perfil sensorial e cuidados gerais

O sabor é suave e herbal. Prefira folhas jovens, bem lavadas, e seque antes do preparo. Para quem é sensível a plantas da família Lamiaceae, faça um teste com pequenas porções. Em situações específicas (gestação, lactação, doenças crônicas), busque orientação profissional individualizada.


Onde encontrar e como adquirir o Peixinho da horta

Mudas são vendidas em viveiros e feiras orgânicas; também é comum a troca entre grupos de horticultores. A multiplicação é simples por divisão de touceiras. Em climas quentes, cultive em meia-sombra; em climas frios, sol pleno com proteção contra geadas. Com manejo básico, a planta brota o ano inteiro e rende colheitas frequentes.


Valor nutricional do Peixinho-da-horta

O peixinho tem baixo teor calórico e boa densidade nutricional, sendo interessante para quem busca qualidade e saciedade sem excesso de calorias.

Principais nutrientes encontrados nas folhas:

  • Fibras alimentares: regulam o intestino, aumentam a saciedade e auxiliam no controle do colesterol.
  • Minerais: ferro, cálcio, magnésio e potássio.
  • Vitaminas: complexo B e vitamina C.
  • Compostos bioativos: polifenóis, carotenoides e flavonoides.

Esses nutrientes, juntos, ajudam a proteger contra doenças crônicas, fortalecer o sistema imune e melhorar a digestão.


Benefícios do Peixinho da horta para a saúde

1. Saúde intestinal e saciedade

As fibras melhoram o trânsito intestinal e dão mais saciedade, auxiliando no controle do peso.

2. Apoio imunológico

A vitamina C reforça as defesas do organismo e auxilia na recuperação após infecções.

3. Saúde cardiovascular

O potássio regula a pressão arterial e as fibras reduzem o colesterol, prevenindo doenças cardíacas.

4. Metabolismo do ferro

A presença de vitamina C aumenta a absorção do ferro vegetal, prevenindo anemia.

5. Controle da inflamação

Compostos bioativos ajudam a reduzir processos inflamatórios de baixo grau, comuns em doenças crônicas.


Como incluir o Peixinho da horta no dia a dia

  • Assado/airfryer: crocante e sem excesso de óleo.
  • Refogado rápido: com azeite, alho e limão.
  • Em massas e tortas: agrega textura e sabor herbal.
  • Em omeletes: rico em proteína e fibras.
  • Saladas mornas: folhas branqueadas e misturadas a grãos.

👉 Se optar pelo empanado tradicional, prefira assar ao invés de fritar.


Segurança de consumo e cuidados

  • Higienização: lave bem as folhas.
  • Origem: evite colheita em locais públicos.
  • Alergias: teste em pequenas porções.
  • Populações específicas: gestantes e pessoas com doenças crônicas devem consultar profissionais de saúde.

Como cultivar o Peixinho-da-horta

  1. Clima e luz: cresce bem em meia-sombra ou sol pleno.
  2. Solo: fértil, bem drenado e úmido.
  3. Plantio: por mudas ou divisão de touceiras.
  4. Manutenção: retirar folhas velhas, adubar com matéria orgânica e evitar excesso de água.

Com esses cuidados, você terá colheita o ano inteiro.


Sustentabilidade e importância das PANCs

  • Biodiversidade: diversificam a dieta e reduzem dependência de monoculturas.
  • Acessibilidade: podem ser cultivadas em hortas urbanas e escolares.
  • Ambientalmente sustentáveis: exigem menos insumos químicos.
  • Culturais: resgatam tradições alimentares regionais.

No Brasil, pesquisadores como Valdely Kinupp ajudaram a mapear e difundir as PANCs, entre elas o peixinho-da-horta, a ora-pro-nóbis e a taioba.

Chá de Peixinho da Horta

​O chá feito com as folhas de peixinho da horta é conhecido por ser calmante e ter propriedades medicinais.

Ingredientes:

  • ​5-6 folhas frescas de peixinho da horta
  • ​2 xícaras de água
  • ​Mel ou adoçante a gosto (opcional)
  • ​1 fatia de limão (opcional)

Modo de preparo:

  1. ​Lave bem as folhas de peixinho da horta.
  2. ​Ferva a água em uma panela.
  3. ​Desligue o fogo e adicione as folhas de peixinho da horta.
  4. ​Cubra a panela e deixe as folhas em infusão por 5 a 10 minutos.
  5. ​Coe o chá para remover as folhas.
  6. ​Adicione mel ou adoçante e uma fatia de limão, se desejar.
  7. ​Sirva quente.
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Peixinho na culinária

Além do preparo empanado, o peixinho pode ser usado em várias receitas:

Peixinho empanado

Folhas empanadas em ovo e farinha, fritas ou assadas.

Chips de peixinho

Assados com azeite e ervas até ficarem crocantes.

Torta de legumes com peixinho

Misturado na massa junto a abobrinha e cenoura.

Omelete de peixinho

Folhas picadas com ovos, tomate e cebola.

Veja também:Alimentos Saudavéis

Tabela comparativa de PANCs

PANC (100 g)Nutrientes principaisBenefíciosForma de consumo
Peixinho-da-hortaFibras, ferro, vit. CDigestão, imunidadeEmpanado, assado, refogado
Ora-pro-nóbisProteína, cálcioOssos e músculosRefogados, sopas
TaiobaFerro, magnésioEnergia, prevenção de anemiaRefogada, sucos verdes
UrtigaCálcio, vit. AOssos, pele e visãoChás, sopas

Conclusão

O peixinho-da-horta é uma PANC que une sabor, nutrição e sustentabilidade. Fácil de cultivar e versátil na cozinha, ele reforça a alimentação saudável e contribui para uma sociedade mais consciente no consumo de alimentos.

Resgatar o uso de plantas como o peixinho é também valorizar a cultura popular, cuidar da saúde e proteger o meio ambiente.


FAQ

1. O que é o peixinho-da-horta?
É uma planta com folhas aveludadas comestíveis, que lembram o sabor de peixe quando empanadas.

2. Quais nutrientes o peixinho possui?
Fibras, ferro, cálcio, vitamina C e compostos antioxidantes.

3. Como cultivar em casa?
Em vasos ou hortas, com solo fértil, regas leves e sol pleno ou meia-sombra.

4. Como consumir de forma saudável?
Assado, refogado, em omeletes, tortas ou chips crocantes.

5. Onde encontrar mudas?
Em viveiros, feiras orgânicas e grupos de horticultura urbana.

Referências

  1. EMBRAPA. Plantas Alimentícias Não Convencionais.(PANCs) https://www.embrapa.br
  2. Ministério da Saúde Guia Alimentar da População Brasileira.https://www.gov.br/saude/guiaalimentar

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