As Práticas Integrativas e Complementares no SUS têm se mostrado eficientes na redução de custos. Você sabia que mais de 5 mil municípios brasileiros já oferecem algum tipo de terapia natural gratuita pelo SUS? As chamadas Práticas Integrativas e Complementares (PICs) vêm ganhando destaque nos serviços públicos de saúde por promoverem bem-estar, alívio da dor e qualidade de vida. Neste artigo, você vai entender o que são as PICs, quais delas são oferecidas pelo SUS, para quem são indicadas e como acessá-las com segurança. Você sabia que pode acessar Práticas Integrativas Complementares no SUS gratuitamente Nas últimas décadas, a população brasileira vem demonstrando interesse crescente por alternativas naturais para cuidar da saúde. Isso inclui terapias como acupuntura, meditação, fitoterapia, reiki e auriculoterapia. Em resposta a essa demanda, o Sistema Único de Saúde (SUS) instituiu a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), que busca integrar terapias naturais ao cuidado tradicional, com base na promoção da saúde e prevenção de doenças. Ao contrário do que muitos imaginam, essas práticas não substituem os tratamentos convencionais, mas complementam o cuidado médico, promovendo o equilíbrio físico, mental, emocional e espiritual. Neste artigo, vamos explorar como funcionam essas terapias, suas indicações, onde encontrá-las e como os profissionais de saúde atuam nesse contexto. O que são as Práticas Integrativas e Complementares (PICs)? As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) são abordagens terapêuticas reconhecidas pelo Ministério da Saúde, utilizadas com o objetivo de prevenir doenças, aliviar sintomas e melhorar o bem-estar. Essas práticas valorizam o indivíduo em sua totalidade — corpo, mente e espírito — e são baseadas em saberes tradicionais, muitas vezes milenares. Entre as terapias mais conhecidas estão: Em 2006, com a criação da PNPIC, o Brasil se tornou um dos pioneiros na institucionalização dessas práticas dentro de um sistema público de saúde. Por que as pessoas buscam as PICs? As pessoas recorrem às PICs por diversos motivos, como: Além disso, o acolhimento humanizado que essas terapias oferecem é um diferencial importante para quem se sente negligenciado pelo modelo tradicional biomédico. Diagnóstico e integração com a medicina convencional É importante destacar que as PICs não substituem o diagnóstico médico nem os tratamentos com medicamentos, cirurgias ou exames laboratoriais. Na verdade, elas funcionam melhor quando integradas ao cuidado convencional. Por exemplo, um paciente com dor crônica pode seguir um plano de tratamento médico com anti-inflamatórios, enquanto recebe sessões de acupuntura ou auriculoterapia para alívio da dor e melhora do bem-estar. Essa abordagem complementar melhora a adesão ao tratamento e promove uma recuperação mais humanizada e integral. Tratamentos disponíveis pelo SUS Atualmente, o SUS oferece 29 Práticas Integrativas reconhecidas em todo o país. Entre elas: Essas práticas estão disponíveis em Unidades Básicas de Saúde (UBSs), hospitais públicos, Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e centros de referência, dependendo da oferta do município. Tratamentos complementares baseados em evidências Embora algumas terapias ainda enfrentem resistência por parte de profissionais tradicionais, diversos estudos científicos vêm demonstrando os benefícios das PICs: Além disso, várias dessas abordagens são recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como estratégias de autocuidado e atenção primária. Papel do enfermeiro e profissionais de saúde nas PICs Os enfermeiros têm papel fundamental na implementação das PICs. São eles que muitas vezes fazem o acolhimento inicial, realizam escuta qualificada, aplicam terapias como auriculoterapia, massoterapia, ventosaterapia ou orientam sobre o uso adequado de plantas medicinais. Além dos enfermeiros, outros profissionais também atuam: Essa atuação multidisciplinar é essencial para ampliar o acesso e garantir a segurança no uso dessas práticas. Prevenção e orientações para a população Antes de iniciar qualquer prática integrativa, é importante seguir algumas orientações: A prevenção por meio das PICs envolve cuidar do corpo e da mente com práticas acessíveis, seguras e muitas vezes gratuitas. Quando bem orientadas, essas práticas têm grande potencial de transformar o cuidado com a saúde. A importância das PICs na saúde coletiva e na atenção primária As Práticas Integrativas e Complementares (PICs) não se limitam ao atendimento individual. Elas também têm um papel estratégico dentro das políticas públicas de saúde coletiva, especialmente na Atenção Primária à Saúde (APS), que é a porta de entrada do SUS. A APS atua na prevenção de doenças, promoção da saúde e acompanhamento de condições crônicas. Nesse contexto, as PICs oferecem uma abordagem mais humanizada, participativa e acessível, que fortalece o vínculo entre profissionais e comunidade. ✳️ Fortalecimento do autocuidado e da autonomia Um dos pilares das PICs é o estímulo ao autocuidado. Em vez de tratar apenas os sintomas com medicamentos, essas práticas ensinam o paciente a observar seu corpo, suas emoções e seus hábitos, favorecendo a autonomia no cuidado diário. Por exemplo: Esse conhecimento contribui para uma população mais consciente, menos medicalizada e mais engajada com sua saúde. ✳️ Redução de custos para o sistema de saúde Outro ponto importante é o impacto econômico positivo. Diversos estudos demonstram que a utilização das PICs na atenção básica contribui para: Ou seja, o investimento em PICs é, na prática, um investimento em prevenção e sustentabilidade do SUS, com foco na saúde e não apenas na doença. ✳️ Inclusão cultural e respeito aos saberes populares As PICs também representam um caminho de valorização da diversidade cultural e dos saberes tradicionais, especialmente nas comunidades indígenas, quilombolas e rurais. O SUS, por meio da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra e da Política Nacional de Saúde Indígena, reconhece o valor do conhecimento ancestral e das práticas baseadas em ervas, benzimentos e rituais. Essa abordagem respeitosa e inclusiva é essencial para ampliar o acesso ao cuidado, sobretudo em regiões onde a medicina tradicional ocidental não é a única referência de cura. Além disso, essa valorização fortalece o conceito de determinantes sociais da saúde, entendendo que o cuidado vai além da biomedicina e envolve espiritualidade, vínculos comunitários e pertencimento. ✳️ Formação profissional e desafios Apesar dos avanços, ainda há muitos desafios para a consolidação das PICs no SUS. Entre eles: A importância das PICs na saúde coletiva e na atenção primária As Práticas Integrativas e Complementares (PICs) não se