As gripes virais são doenças respiratórias causadas por diferentes tipos de vírus, como Influenza A, B e C, e afetam milhões de pessoas anualmente, sendo responsáveis por surtos sazonais e, em casos mais graves, hospitalizações e mortes. Embora pareçam inofensivas, podem desencadear complicações graves, especialmente em populações vulneráveis. Este artigo tem como objetivo esclarecer, de forma científica e acessível, os principais tipos de gripes virais, suas causas, sintomas, formas de diagnóstico e tratamento, além do papel fundamental da enfermagem e das estratégias de prevenção recomendadas.
A gripe, ou influenza, é uma infecção respiratória aguda de origem viral que se transmite com grande facilidade. De acordo com o Ministério da Saúde, os surtos de gripe são comuns principalmente nos meses de outono e inverno, quando a circulação dos vírus respiratórios aumenta significativamente. Estima-se que, no Brasil, cerca de 1 bilhão de casos leves de gripe ocorram anualmente, além de milhões de casos mais graves.
O conhecimento técnico sobre as gripes virais permite uma abordagem mais eficaz tanto no atendimento clínico quanto nas ações de prevenção, principalmente quando se considera que novas variantes virais continuam surgindo com o tempo.
Acesse a página do Ministério da Saúde sobre gripe.
Definições Técnicas e Exemplos Clínicos
Gripe viral é uma infecção causada por vírus respiratórios, sendo os principais:
- Influenza A: o mais comum em epidemias e pandemias; afeta humanos e animais.
- Influenza B: exclusivo de humanos, responsável por surtos sazonais.
- Influenza C: provoca sintomas mais leves e não é tão comum.
- Outros vírus respiratórios com sintomas gripais: vírus sincicial respiratório (VSR), adenovírus, rinovírus, parainfluenza e coronavírus sazonais.
Exemplo clínico:
Uma mulher de 65 anos com hipertensão controlada apresenta febre súbita (39°C), dor de garganta, tosse seca e mialgia intensa. Após exame clínico e confirmação por teste rápido, diagnosticou-se gripe do tipo Influenza A.
Sintomas, Causas e Fatores de Risco
Sintomas comuns da gripe viral:
- Febre alta de início súbito
- Calafrios
- Dor muscular (mialgia)
- Dor de garganta
- Tosse seca
- Congestão nasal
- Fadiga intensa
- Em alguns casos: vômito e diarreia (principalmente em crianças)
Causas
- Transmissão por gotículas respiratórias (espirro, tosse ou fala)
- Contato direto com superfícies contaminadas
- Ambientes fechados e com pouca ventilação

Fatores de risco
- Idosos (>60 anos)
- Crianças menores de 5 anos
- Gestantes e puérperas
- Imunocomprometidos (HIV, câncer, transplantados)
- Portadores de doenças crônicas (diabetes, asma, DPOC, obesidade)
Importância da Vacinação Contra a Gripe:
Proteção para TodosA vacina contra a gripe (Influenza) é uma das estratégias mais eficazes para prevenir formas graves da doença, hospitalizações e óbitos, especialmente em grupos de risco. Atualizada anualmente com base nas variantes mais circulantes no hemisfério sul, a vacina protege contra os principais subtipos dos vírus Influenza A (H1N1 e H3N2) e Influenza B.
Por que a vacinação é essencial?
Reduz a gravidade da gripe, mesmo que a pessoa vacinada contraia o vírus.Evita complicações, como pneumonia, sinusite, otite e agravamento de doenças crônicas.
- Protege grupos vulneráveis, como idosos, crianças, gestantes e imunossuprimidos.
- Contribui para a imunidade coletiva, diminuindo a circulação do vírus.
- Disponível gratuitamente pelo SUS
- No Brasil, o Ministério da Saúde disponibiliza a vacina gratuitamente durante a campanha nacional de vacinação, normalmente entre março e maio, nas Unidades Básicas de Saúde.
- Grupos prioritários incluem:
- Idosos acima de 60 anos
- Crianças de 6 meses a 6 anos
- Gestantes e puérperasPessoas com comorbidades
- Profissionais da saúde e da educaçãoIndígenas e quilombolas
- Pessoas privadas de liberdade
- Confira os grupos prioritários e datas da campanha de vacinação no site oficial do Ministério da Saúde.
Diagnóstico (Clínico, Laboratorial e por Imagem)
Diagnóstico clínico:
- Histórico de contato com pessoas gripadas
- Presença de febre com sintomas respiratórios
- Avaliação epidemiológica durante surtos
Diagnóstico laboratorial:
- Teste rápido para Influenza (swab nasal)
- PCR para diferenciação entre tipos virais
- Hemograma (pode mostrar leucopenia ou linfocitose)
Diagnóstico por imagem:
- Radiografia de tórax em casos com suspeita de pneumonia secundária
- Tomografia em complicações graves ou suspeitas de coinfecção
Leia mais sobre diagnóstico no portal Fiocruz.
Tratamento (Convencional, Complementar e pelo SUS)
Convencional
- Repouso e hidratação abundante
- Uso de antitérmicos e analgésicos (paracetamol, dipirona)
- Antivirais como oseltamivir (Tamiflu), prescritos preferencialmente nas primeiras 48h
- Inalações com soro fisiológico para aliviar a congestão
Complementar
- Chás naturais com gengibre, mel, limão e hortelã (efeito calmante)
- Umidificadores de ambiente
- Alimentação rica em vitamina C e antioxidantes
Via SUS
- Distribuição gratuita de oseltamivir em unidades básicas e hospitais
- Atendimento prioritário para grupos de risco
- Campanhas de vacinação anuais
- Monitoramento e notificação de surtos gripais
Veja como tratar a gripe pelo SUS.
Papel do Enfermeiro e da Equipe Multidisciplinar
O enfermeiro é fundamental no controle da gripe viral, desde a triagem até o acompanhamento do paciente:
- Triagem eficiente e acolhimento dos casos sintomáticos
- Educação em saúde para prevenção e uso correto de máscaras
- Administração da vacina contra Influenza
- Notificação de surtos e orientações sobre isolamento domiciliar
- Promoção de autocuidado e orientação para hidratação e repouso
- Supervisão da equipe técnica e do ambiente de atendimento
- Encaminhamentos adequados a médicos e farmacêuticos, quando necessário
Saiba mais sobre o papel do enfermeiro na prevenção da gripe.
Estratégias de Prevenção e Autocuidado
- Vacinação anual contra Influenza
- Uso de máscara em locais fechados ou com aglomerações
- Higiene das mãos com água e sabão ou álcool 70%
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar
- Evitar contato próximo com pessoas gripadas
- Não compartilhar utensílios de uso pessoal
- Ventilação adequada dos ambientes
- Se não puder se isolar em casa, use máscara sempre que possível
- Mesmo sem acesso a vitamina C industrializada, frutas cítricas como limão e laranja ajudam
- Bebidas quentes e repouso são acessíveis e funcionam
- Utilize ventilação natural sempre que possível; abra janelas durante o dia
- Evite fake news sobre medicamentos caseiros milagrosos
Veja o calendário de vacinação no site do Ministério da Saúde.
Tabela Comparativa: Gripe Viral x Resfriado x COVID-19
Característica | Gripe (Influenza) | Resfriado Comum | COVID-19 |
---|---|---|---|
Início dos sintomas | Súbito | Gradual | Pode ser gradual ou súbito |
Febre | Alta (>38°C) | Rara | Pode ocorrer |
Tosse | Seca, intensa | Leve | Comum |
Dor muscular | Comum | Leve | Comum |
Perda de olfato/paladar | Rara | Rara | Muito comum |
Complicações | Pneumonia, sinusite | Raras | Síndrome respiratória aguda |
FAQ (Perguntas Frequentes)
1. A gripe pode matar?
Sim. Em pessoas do grupo de risco, a gripe pode evoluir para pneumonia ou insuficiência respiratória.
2. Tomar vitamina C evita a gripe?
Não evita, mas ajuda a fortalecer o sistema imunológico.
3. Posso me vacinar mesmo gripado?
Sim, se os sintomas forem leves. Em casos com febre alta, deve-se aguardar a melhora.
4. Qual a diferença entre gripe e resfriado?
A gripe é mais intensa, com febre alta e dores no corpo. O resfriado é mais leve e limitado ao nariz e garganta.
5. Posso pegar gripe mais de uma vez por ano?
Sim. Existem diferentes tipos de vírus e variantes em circulação.
6. Minha mãe é idosa e mora sozinha. Como proteger ela da gripe?
Incentive a vacinação anual, leve-a ao posto de saúde, mantenha a casa arejada e oriente sobre sinais de alerta como febre alta e cansaço excessivo.
7. Sou cuidador informal. O que devo observar?
Lave as mãos com frequência, use máscara se estiver resfriado e oriente a pessoa assistida sobre os sintomas.
8. Moro em área rural e sem posto de saúde próximo. O que posso fazer?
Evite aglomerações, mantenha a higiene básica e procure agentes comunitários de saúde que possam fazer a ponte com a UBS.
A gripe viral, embora comum, exige atenção especial pela sua capacidade de causar complicações graves em populações vulneráveis. A prevenção, por meio da vacinação, higiene adequada e educação em saúde, é a forma mais eficaz de reduzir sua incidência. O enfermeiro, junto à equipe multiprofissional, tem papel determinante na proteção da comunidade, no acolhimento dos pacientes e na vigilância epidemiológica.
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