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Mpox; Sintomas da Varíola dos Macacos,Quando Procurar Ajuda Médica

A Mpox, popularmente conhecida como varíola dos macacos, tornou-se uma preocupação global ao ultrapassar fronteiras geográficas e se espalhar por diversos países. Embora anteriormente restrita a áreas endêmicas na África, surtos recentes mostraram que a doença pode afetar qualquer população exposta a condições de risco. Este artigo apresenta uma abordagem científica, acessível e atualizada sobre a Mpox: sintomas, causas, formas de prevenção, tratamento, atuação do enfermeiro e os caminhos oferecidos pelo SUS.

A Mpox é uma zoonose viral emergente causada por um vírus do gênero Orthopoxvirus, o mesmo da varíola humana, erradicada em 1980. Apesar de ser considerada menos letal, a Mpox vem gerando preocupação devido à sua capacidade de transmissão entre humanos, especialmente por contato íntimo, e pelo aumento dos casos em países não endêmicos. No Brasil, o número de notificações cresceu rapidamente, exigindo ações coordenadas dos serviços de saúde pública.

Desde maio de 2022, o Ministério da Saúde passou a monitorar ativamente os casos, estabelecendo diretrizes clínicas, fluxos de notificação e recomendações de isolamento para conter a transmissão da doença.
Veja atualizações no site oficial do Ministério da Saúde.

Definições Técnicas e Exemplos Clínicos

Mpox é causada pelo Monkeypox virus, classificado como um vírus de DNA do gênero Orthopoxvirus, o mesmo que inclui o vírus da varíola humana. Existem dois clados conhecidos: o da África Ocidental, que tende a provocar infecções mais leves, e o da Bacia do Congo, com maior taxa de mortalidade.

Um exemplo clínico típico envolve um paciente adulto jovem com febre alta, dor no corpo, linfadenopatia (gânglios aumentados, principalmente na região inguinal) e lesões cutâneas dolorosas que evoluem de máculas a pústulas. Em muitos dos casos recentes, as lesões se concentram na região genital ou perianal, o que exige atenção clínica e diagnóstico diferencial com infecções sexualmente transmissíveis.

A doença tem um período de incubação de 5 a 21 dias, e os sintomas podem durar de 2 a 4 semanas.

Veja detalhes técnicos no site da OPAS.


Sintomas, Causas e Fatores de Risco

Principais sintomas da Mpox incluem:

  • Febre alta persistente
  • Linfadenopatia (inguinal, cervical ou axilar)
  • Dor de cabeça, mialgia e fadiga
  • Lesões de pele evolutivas (mácula → pápula → vesícula → pústula → crosta)
  • Lesões genitais e perianais (frequentes em surtos recentes)
  • Lesões orais e dor ao engolir

Causas e formas de transmissão:

  • Contato direto com as lesões, fluidos corporais, saliva ou crostas de infectados
  • Relações sexuais desprotegidas (especialmente com múltiplos parceiros)
  • Contato com roupas, toalhas e superfícies contaminadas
  • Transmissão vertical (de mãe para filho durante a gravidez)

Fatores de risco:

  • Pessoas com imunossupressão (HIV, câncer, transplantados)
  • Homens que fazem sexo com homens (população com maior número de notificações)
  • Profissionais de saúde sem proteção adequada
  • Viagens para regiões com surto ativo

Veja o boletim atualizado da situação da Mpox no Brasil.


Diagnóstico (Clínico, Laboratorial e por Imagem)

Clínico:
A suspeita clínica é baseada na combinação de febre, lesões cutâneas progressivas e linfadenopatia. O padrão das lesões e sua distribuição são fundamentais para o diagnóstico.

Laboratorial:

  • Coleta de material diretamente das lesões (crosta ou líquido vesicular)
  • Teste de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), considerado o padrão-ouro
  • Sorologia para exclusão de sífilis, herpes simples e HIV
  • Exames laboratoriais complementares para avaliação geral do paciente

Imagem:
Raramente necessária, mas pode ser indicada em casos com comprometimento linfonodal profundo ou suspeita de complicações secundárias, como abscessos.

Manual técnico de manejo clínico da Mpox.


Tratamento (Convencional, Complementar e via SUS)

Tratamento convencional:

  • Medicações sintomáticas: dipirona, ibuprofeno, paracetamol
  • Hidratação oral ou venosa (em casos graves)
  • Isolamento domiciliar: o paciente deve evitar contato próximo com outras pessoas até que todas as lesões estejam cicatrizadas
  • Uso de roupas leves, higiene das lesões com água e sabão neutro

Tratamento complementar:

  • Loções calmantes para lesões
  • Banhos com permanganato de potássio (quando recomendado)
  • Suporte psicológico em casos com estigma social ou isolamento prolongado

Via SUS:

  • Atendimento gratuito em UBS e hospitais de referência
  • Encaminhamento para testes laboratoriais via Lacen
  • Monitoramento epidemiológico pela vigilância sanitária
  • Notificação obrigatória no e-SUS Notifica

Veja aqui como é feito o tratamento no SUS.


Papel do Enfermeiro e da Equipe Multidisciplinar

O enfermeiro desempenha papel essencial em todas as etapas da atenção à saúde frente à Mpox:

  • Identificação precoce dos sinais e sintomas na triagem
  • Educação em saúde da população com foco em prevenção e quebra de estigmas
  • Orientação sobre o isolamento domiciliar e cuidados com lesões
  • Realização da notificação obrigatória no sistema de saúde
  • Monitoramento de pacientes em quarentena
  • Atuação interprofissional com médicos, farmacêuticos, psicólogos e vigilância

A atuação da enfermagem contribui diretamente para a detecção precoce, interrupção da cadeia de transmissão e acolhimento humanizado dos casos.

Mais sobre o papel do enfermeiro na Mpox no site da Fiocruz.


Estratégias de Prevenção e Autocuidado

Medidas preventivas mais eficazes:

  • Evitar contato com pessoas sintomáticas
  • Uso de preservativo em todas as relações sexuais
  • Higiene rigorosa das mãos e objetos pessoais
  • Evitar compartilhamento de roupas, toalhas e utensílios
  • Notificar contatos próximos de casos confirmados

Autocuidado e orientação:

  • Observar o corpo em caso de febre ou lesões incomuns
  • Buscar atendimento médico ao menor sinal de sintomas
  • Evitar automedicação
  • Utilizar máscaras em locais de aglomeração e durante o isolamento

Acesse o guia de prevenção da OPAS aqui.


Tabela Comparativa: Mpox, Varíola e Herpes Simples

CaracterísticaMpoxVaríola HumanaHerpes Genital
Agente etiológicoMonkeypox virusVariola major/minorHerpes Simplex Virus (HSV)
LesõesVesiculopustulosasVesículas progressivasVesículas agrupadas
LinfadenopatiaPresenteAusentePresente em alguns casos
TransmissãoContato físico diretoAerossóis e fômitesRelações sexuais
GravidadeModeradaAlta (letalidade elevada)Leve a moderada
PrevençãoEvitar contato e isolamentoVacinação (extinta)Preservativos, antivirais

FAQ (Perguntas Frequentes)

1. Mpox é uma nova forma de varíola?
É uma doença diferente, mas do mesmo gênero viral. Menos grave que a varíola erradicada.

2. Existe vacina para Mpox?
Sim. A vacina contra a varíola tradicional oferece proteção cruzada, mas ainda não está amplamente disponível no Brasil.

3. A doença é transmitida pelo ar?
A principal forma de transmissão é o contato direto com lesões ou fluidos. A transmissão aérea não é predominante.

4. Crianças podem pegar Mpox?
Sim, mas os surtos atuais afetam majoritariamente adultos. Crianças com contato próximo também podem ser infectadas.

5. Quanto tempo dura o isolamento?
Até todas as lesões cicatrizarem e caírem as crostas. Geralmente de 14 a 21 dias.


Conclusão Profissional com Chamada para Ação

A Mpox é uma doença viral emergente que exige atenção de profissionais da saúde, especialmente da enfermagem. A rápida identificação, o acolhimento ao paciente e a educação da população são ferramentas-chave no enfrentamento da doença. O sistema público brasileiro, por meio do SUS, oferece recursos para diagnóstico, tratamento e monitoramento.

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www.elainesaudedigital.com


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